US Open 2010: façam suas apostas

Por Kim Paiva

Já começou o último Grand Slam do ano! O US Open, disputado “in New York”, é o único grande torneio que falta no currículo do atual número 1 do mundo Rafael Nadal. Com apenas 24 anos, o espanhol pode chegar à marca de 9 Grand Slams conquistados e, de quebra, entrar para o seleto grupo de tenistas que conquistaram os 4 grandes torneios do tênis mundial.

Foto: Tako Gogich/usopen.org

Federer, que já faturou 16 majors, levou um longo tempo para conquistar o torneio de Roland Garros e só o fez quando o sueco Robin Soderling quebrou seu galho, em 2009, eliminando Nadal antes que o rei do saibro frustrasse pela quarta vez consecutiva o sonho de Federer. Certamente os dois maiores tenistas da década serão protagonistas em Nova Iorque, já que ambos vivem grande fase.

Foto: Philip Hall/usopen.org

Porém, há bons nomes correndo por fora e com boa chance de abocanhar o Grand Slam. Vamos a eles, pela ordem:

Andy Murray: O ESCOCÊS Andy Murray (vale destacar que Murray é escocês, pois comumente o termo britânico é confundido com inglês e muitas pessoas acabam achando que o tenista número 4 do mundo é inglês) ganhou recentemente o Masters 1000 de Toronto, derrotando em sequência Nadal e Federer. Esse simples fato já credenciaria o escocês ao posto de candidato ao título do US Open, mas Murray não pára por aí.

Em janeiro, o número 4 do mundo derrotou impiedosamente Rafael Nadal no Aberto da Austrália e acabou derrotado na final por Roger Federer. Pesa a favor de Murray a sede pela conquista de um Grand Slam, algo que ele já faz por merecer. O problema dele é que Federer se transforma em torneios de Grand Slam e vira um rival ainda mais temível.

Foto: Philip Hall/usopen.org

Murray já foi vice-campeão em Nova Iorque em 2008, perdendo a final justamente para o suíço. Em 2010, com a derrota na Austrália, Murray não se conteve e foi às lágrimas: “I can cry like Roger, but it’s a shame I can’t play like him” (Posso chorar como Roger, mas é uma vergonha que não possa jogar como ele) – ao dizer “chorar como Roger” Murray se referia ao ano anterior em que Federer chorou como um bebê após perder para Nadal a final na Austrália. O pobre Murray terá de torcer contra Federer para não cair no choro novamente, pois já sentiu na pele diversas vezes o poder de Federer em um Grand Slam.

Robin Soderling: Porrada! Essa palavra resume bem o estilo insano de jogo do tenista sueco Robin Soderling. Após chocar o mundo em 2009 parando Rafael Nadal em Roland Garros, algo que parecia impossível, Soderling passou a ser visto com outros olhos pelo mundo do tênis e logo se firmou como número 5 do mundo.

Foto: Philip Hall/usopen.org

O sueco se sente bem em qualquer tipo de piso e, com o enorme peso de sua bola, consegue colocar qualquer adversário contra a parede. Pesa a seu favor o fato de jogar de igual para igual com qualquer um e, a exemplo de Murray, a vontade de ganhar um Grand Slam, após ter sido duas vezes vice-campeão em Roland Garros.

Novak Djokovic: Figura das mais carismáticas do circuito da ATP, o sérvio Novak Djokovic é um excelente tenista, porém já viveu dias melhores dentro do circuito, ainda que se sustente na terceira colocação do ranking mundial. Quando tinha apenas 20 anos, Djokovic derrotou Federer na semifinal do Aberto da Austrália e abriu caminho para conquistar seu primeiro Grand Slam.

Na época, se previu que essa conquista seria a primeira de muitas e o talentoso sérvio se meteria definitivamente entre os monstros Nadal e Federer. Porém, o sérvio aparentemente se acomodou com a situação e não soube aproveitar os momentos irregulares vividos pelos dois principais tenistas do mundo.

Foto: Rob Loud/usopen.org

Muitos fãs de tênis (inclusive este que vos escreve) esperam pelo momento da virada de Djokovic, que pode, sim, vir neste US Open, quando poucos apostam nele e as atenções estão todas voltadas para Nadal e Federer. Um fato que deve ter motivado demais Novak Djokovic foi a eliminação precoce de Andy Roddick para Janko Tipsarevic, que, curiosamente, também é sérvio. Digo isto porque Roddick tem sido uma terrível pedra no sapato de Djokovic, com 4 vitórias consecutivas sobre ele, eliminando-o em torneios importantes seguidamente.

Pelo chaveamento, Djokovic encararia Roddick nas quartas, por isso agora seu caminho até a semifinal está mais tranquilo. O problema é que nesta fase quem o espera é ninguém menos que Roger Federer.

David Nalbandian: O argentino gordinho voltou!! Ex-número 3 do mundo, Nalbandian já viveu grandes momentos no circuito, porém teve contusões e acabou caindo demais no ranking. Há pouco mais de um mês, Nalbandian voltou e fez grande campanha no Masters 1000 do Canadá. O “pança” já derrotou Federer e Nadal em diferentes oportunidades e sabe muito bem o caminho para repetir esse feito. Não será surpresa alguma ver o argentino roubando os holofotes e pintando em uma semifinal do US Open.

Foto: Don Star/usopen.org

Depois de tantas divagações sobre os maiores candidatos ao título do último Grand Slam do ano, lá vai meu palpite. O campeão desse ano seráááá… Roger Federer. Não ligo se você estiver pensando algo como “noossa, descobriu a América” ou “ooohhh, que surpresa”. Assim que o torneio acabar, eu volto para me gabar por ter acertado o palpite ou para ser aloprado por errar.

Aaaaah, para não dizer que não falei do Brasil e de Thomaz Bellucci, eu digo com a vontade de Galvão Bueno: “BELLUCCI É BRASIL NO US OPEN”. Ou melhor: “Bellucci era Brasil no US Open”. Infelizmente o brasileiro voltou a ser derrotado na segunda rodada do Grand Slam americano e, dessa vez, contra um adversário de ranking bem inferior.

Arthur Ashe Stadium, a quadra central do US Open

O peso de substituir Gustavo Kuerten é muito grande e Bellucci deve esquecer isso e se focar no seu tênis. O jovem de 22 anos tem se portado melhor em quadras de saibro, embora o seu estilo de jogo seja muito adequado para quadras rápidas, com seu ótimo serviço e poderoso forehand. O problema de Bellucci tem sido psicológico. Se o paulista superar este obstáculo (tem muito tempo para isso), eu acredito que ele possa se intrometer no top 15 e, possivelmente, no top 10. Mais que isso é devaneio.

PS: Infelizmente, o atual campeão Juan Martin Del Potro não participa do torneio por contusão. Nem é preciso dizer que se o argentino participasse, estaria entre os principais candidatos ao título.

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